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A família de um grande amigo ocupava uma posição destacada no meio empresarial e político. Ele me contou que na véspera das grandes recepções em sua casa, uma legião de seguranças vasculhava a propriedade em busca de “perigos” (não era ainda a época das mini câmeras e mini microfones). Dias antes, todos os empregados ficavam mobilizados pelos preparativos que duravam de três a quatro dias dependendo do número de convidados e de sua importância político-social: o dia das compras, o dia das louças, talheres e cristais, o dia das sobremesas, o dia da preparação dos pratos. E por último, o dia das flores. Pareceu-me uma situação dramatúrgica pronta para inserir algum acontecimento inesperado, que rompesse a rotina altiva . Na época, vivíamos no Brasil os ecos de um caso escandaloso de corrupção (mais um e não seria o último). Foi o estopim para juntar a preparação do banquete e o desnudamento de uma estrutura social cheia de esqueletos no armário.

Registro na SBAT  004836

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O DIA DAS FLORES

 
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